terça-feira, 16 de junho de 2009

Enquadramento Histórico

A freguesia de Santa Maria Maior, inicialmente conhecida por Santa Maria do Calhau, foi instituída pelos primeiros povoadores da capitania do Funchal e, embora sem instituição oficial e canónica, já era uma realidade entre 1425 e 1430.
Os primeiros povoadores chegaram à baía do Funchal, entre 1420 e 1425, com um padre franciscano, um dos três encontrados no Porto Santo que havia naufragado a caminho das Canárias. Essa pequena população teve logo necessidade de acompanhamento religioso, pelo que se deve ter organizado em freguesia. Entretanto, a Ordem de Cristo, ciosa dos seus privilégios espirituais nas novas terras, enviou prontamente um padre em 1433, afastando assim a influência franciscana. Pensa-se que o início da construção da pequena capela de Nossa Senhora da Conceição, junto ao calhau da praia, em 1438, ficou a dever-se àquele padre.
Entretanto, João Gonçalves Zarco mandou erguer outra capela em evocação a Nossa Senhora da Conceição, onde hoje funciona o Convento de Santa Clara. Assim, a primeira capela passou a designar-se “Senhora do Calhau”.
O aumento da população do Funchal e o interesse económico real em tudo o que dissesse respeito à Madeira, dada a florescente produção açucareira, levou o rei D. Manuel a pressionar a construção de “uma igreja nova”, entre as ribeiras de Santa Luzia e de São Francisco, ou Ribeira Grande.
A construção da igreja começou em 1500 ficando concluída em 1508, ano em que as paredes foram benzidas e foi transferida a freguesia. No mesmo ano, a vila do Funchal é elevada a cidade e, em breve, a igreja grande era acabada para Sé, sede do bispado dos descobrimentos portugueses, instituído em 1514. Em 1558, dado o crescimento da cidade, a freguesia de Santa Maria Maior foi reinstalada, com os terrenos para Oriente da Ribeira de João Gomes, quase como a conhecemos hoje, dadas as dimensões da cidade de então.
A primitiva igreja de Santa Maria do Calhau acabaria por ser destruída pela aluvião de 9 de Outubro de 1803, quando pereceram cerca de 200 pessoas afogadas na parte baixa do Funchal. A Câmara do Funchal cedeu, então, a igreja camarária de Santiago Menor, padroeiro da cidade, que passou a matriz da freguesia. A transição desta para o antigo altar de Nossa Senhora da Perpétuo Socorro, de grande devoção popular, fez com que passasse a ser designada por Igreja do Socorro.
cm-funchal

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